sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O inconsciente sexual de Freud ainda pulsa?


No dia 23 de setembro de 1939, Sigmund Freud morreu em Londres, na Inglaterra. Nos últimos anos de sua vida, o "pai da psicanálise" vivia uma época negra. Muito debilitado por problemas de saúde, também administrava as críticas contra suas polêmicas teorias e se preocupava com as constantes ameaças das tropas nazistas contra ele e sua família.

Passados 71 anos de sua morte, contudo, a psicanálise ficou e permanece uma constante na cultura ocidental. Entre prós e contras, continua a suscitar a curiosidade das pessoas, principalmente no que se refere aos sonhos, o inconsciente, a sexualidade e o mal-estar na cultura.

Entender todas essas teorias está longe de ser tarefa impossível, pois o texto didático do psicanalista sempre foi muito claro e direto, e com o tempo surgiram muitas obras que visam contribuir na transmissão da psicanálise.

O livro "Freud", de Luiz Tenório Oliveira Lima, trata de forma resumida e objetiva os principais assuntos desenvolvidos pelo psicanalista. A obra presta, sem se prender a fatos da vida particular, o papel de informar e apresentar o mundo freudiano ao leitor de forma cronológica.

"A maneira pela qual Freud desenvolveu suas ideias, entre o final do século 19 e grande parte do século 20, marcou definitivamente o pensamento contemporâneo", escreve o autor. No livro, Luiz Tenório resgata os primeiros estudos sobre a histeria, na época em que Freud ainda atuava como médico, além de comentar sobre os futuros caminhos da psicanálise.

A vida em letras

Outras obras interessantes abordam, cada uma com suas particularidades, vida e obra do psicanalista.

Escrito pelo psicanalista francês Octave Mannoni, "Freud: Uma Biografia Ilustrada", é um texto indicado para os que já ingressaram nas leituras psicanalíticas. Neste livro, o autor elabora a narrativa revelando os casos clínicos tratados por Freud e todas as dificuldades - intelectuais e financeiras - vividas na época. Com esta fórmula, Mannoni busca ilustrar como as experiências frustrantes do personagem, suas indignações e os apoios de poucos amigos contribuíram e estimularam o desenvolvimento das teorias.

"Freud: Uma Vida para nosso Tempo", de Peter Gay, é um texto mais romanceado e preocupado em apresentar detalhes de sua vida. Por meio de documentos inéditos, cartas e entrevistas, o autor realiza uma ampla análise sobre a influência da psicanálise na cultura contemporânea. Esta obra é interessante para o leitor que busca compreender o cenário social que Freud respirava. O autor deixa claro também como o cenário austríaco e sua rica cultura contribuíram para o surgimento e o avanço da psicanálise no resto do continente europeu.

"Vida e Obra de Sigmund Freud", escrita por Ernest Jones, é importante pelo fato de o autor ter convivido por muitos anos na companhia do psicanalista. Por mais que algumas informações sejam contestadas, o relato é uma visão interessante de quem esteve tão próximo do pensador.

Freud revolucionou o pensamento do homem, construindo um conhecimento psicanalítico que apresenta as manifestações inconscientes por meio dos sonhos, atos falhos e chistes. Chocou a todos quando comprovou a existência da sexualidade infantil e sua relação com os sintomas neuróticos nos adultos. Gerou desafetos com suas críticas à religião e às repressões individuais. Freud, definitivamente está morto, mas seu pensamento continua vivo e pulsante até hoje.

Fonte: Folha.Com

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