quinta-feira, 25 de março de 2010

Um manifesto por uma cultura de paz


Educar é mais do que preparar alunos para fazer exames, é ajudar as crianças a entenderem o mundo e a realizarem-se como pessoas, muito para além do tempo de escolarização.”- (José Pacheco)*

Exmo. Sr. Vereador José Maria Pontes.

No último dia 28 de outubro, por ocasião do 2º. Fórum Espiritual Mundial, assisti à sua apresentação na mesa redonda “Drogas e Alcoolismo: Ameaça à Construção da Paz”, e pude compreender melhor o seu projeto: “Por uma cultura de paz, disciplinar a venda de bebidas alcoólicas em Fortaleza!”. Na saída do auditório, tive a oportunidade de falar-lhe pessoalmente do meu interesse em ser mais uma apoiadora dessa idéia.


Durante seu discurso, o senhor destacou o importante papel da escola e da sociedade para a implantação e o sucesso do projeto. Eis um grande desafio! Pois trata-se de uma proposta que terá de romper com alguns paradigmas já arraigados em nossa cultura, principalmente na “cultura da cachaça”.


Sou professora de uma escola pública da rede estadual de ensino e filha de um pai alcoólatra. A cada dia sinto-me um pouco frustrada com minha missão de educadora, principalmente, quando reconheço em mim um grande desânimo ao pensar sobre educação e sobre o papel da escola para nossa sociedade.

(...)

Hoje, infelizmente, na porta das escolas encontram-se bares de portas abertas a qualquer hora, e a cada dia torna-se mais difícil acreditarmos que isso vai mudar. E o que fazemos? Nada. Nem ao menos denunciamos. Mas denunciar para quem? Nesses bares encontram-se jovens alcoolizados que perdem a noção do perigo e aumentam os índices de violência em nossa cidade. Acredito que precisamos tratar mais urgentemente de uma geração que está doente, que já é alcoólatra, pois os exemplos de vida são os maiores professores. Como nós podemos transformar o futuro se não cuidamos do presente? Não queremos que nossas crianças sofram traumas tão doloridos como nós tivemos que sofrer. Que geração é essa que ignora os riscos da bebida e prefere se embriagar a cultivar uma família?


Parabéns pela iniciativa, pela determinação com que tem conduzido o seu trabalho. Gostaria de saber de que maneira participar dessa campanha, e se existe algum material de divulgação disponível para as escolas?

(...)

Iraneide Lopes.

Fortaleza, 12 de novembro de 2007.

* Trecho de uma carta aberta de apoio ao Sr. José Maria Pontes.

Nenhum comentário:

.

.